
O mundo tem avançado a passos largos tecnologicamente, mas percebo que quanto mais avançamos no âmbito tecnológico acabamos por regredir enquanto pessoas.
Hoje qualquer celular tira foto, filma e faz um monte de outras coisas. Hoje qualquer um pode fotografar tudo, a qualquer hora. Puxa isso é legal, se pensarmos que há 10 anos poucas pessoas tinham acesso a uma máquina fotográfica, que muitas famílias nem menos tinham esses aparelhos para evitar a “divida” de se comprar filmes e depois ter que pagar novamente para revelá-los.
Olhando pelo lado do progresso avançamos. Mas se olharmos pelo lado da humanidade, regredimos.
Ontem por exemplo eu assistia a uma reportagem sobre os conflitos que tem acontecido no Irã e fiquei chocado com uma cena.
Alguém no meio do conflito simplesmente filmava em um celular uma mulher que tinha acabado de ser agredida e estava no chão sob uma poça de sangue.
A mulher lutava pela vida, custava a respirar dado aos ferimentos, algumas pessoas tentavam lhe ajudar, mas aquele celular não parava de filmar.
Resultado, a mulher morreu e alguém filmou tudo.
Hoje as imagens correm o mundo.
Não estou aqui para discutir o que aquela mulher esta fazendo ali, tampouco as razões da manifestação.
Questiono o porquê que alguém resolveu filmar a morte daquela mulher.
O que nos faz esquecer que diante das câmeras tem alguém ao nosso alcance que precisa de ajuda e simplesmente continuamos filmando e esperando a morte dessa pessoa?
Perceba retornamos ao instinto primitivo, onde uma vida não vale nada e o que vale é o “furo jornalístico”.
Para aquela pessoa o que valia a pena era a filmagem, a cena em questão e não a vida que escapava do corpo daquela mulher.
Triste saber que nós muitas vezes agimos assim, nos esquecemos do outro e partimos para instintos que não deveríamos deixar aflorar.
Precisamos continuar nadando contra a corrente. Por mais que ela seja forte, precisamos nadar contra a maré.
Comece a mudar sua maneira de pensar.
Revolucione-se.

