Eu confesso que estava adiando entrar nessa discussão a
respeito do Thalles, cantor gospel que até poucos dias era o mais amado e
idolatrado do meio gospel e que depois de algumas palavras se tornou alvo de
inúmeras criticas e até julgamentos no meio.
Não estou aqui para discutir se ele esta certo ou errado,
tão pouco se o que esta fazendo é de Deus ou do seu humano.
Quero discutir alguns conceitos que toda essas situação
levanta e que todo Cristão deveria levar em conta antes de se posicionar tão
ferrenhamente.
Nessa situação toda o que mais me incomodou é a forma como
do dia para a noite o cara se tornou um herege e como o meio gospel lida com
aquilo que é digamos contrario aos seus “valores”, veja que coloco valores
entre aspas porque não consigo reconhecer como valor a parcialidade que muitos
tem tomado frente ao mais diversos assuntos.
O que vejo é que alguns defendem tão somente o que lhes diz
respeito, o que lhes é interessante de alguma forma e não o que é de fato
principio do Reino.
A mesma boca que julga a decisão de um homem é aquela que
prega um evangelho superficial, baseado em uma prosperidade meramente
financeira, muito diferente do tipo de prosperidade que Deus nos promete.
Não estou aqui para defender se evangélico ou católico estão
certos ou errados, ambos resolveram abraçar o cristianismo e encheram de
particularidades tudo isso.
Meu questionamento é até onde hoje essas denominações estão
dispostas a realmente serem Cristãs.
Não é fácil ser Cristão, não é fácil imitar a Cristo.
E é triste atestar que aqueles que deveriam nos dar exemplo
de como ser Cristãos de fato acabam distorcendo isso tudo e nos fazendo errar,
nos incitando inclusive a julgar.
Qual o problema de um musico que toca na igreja , tocar no
meio secular por exemplo?
O Principio de estar nesse mundo e não ser dele não se
aplica aqui? Essa pessoa, não pode ser luz aonde estiver e por onde passar?
Muitos cristão são rápidos em julgar aquele jovem que toca
na igreja mas que toca no mundo mas eu te pergunto quantas vezes você semeou na
vida desse levita?
Eu pergunto isso porque toquei muitos anos em ministérios de
musica. Estive a frente de muitos ministérios inclusive liderando esses e nunca
recebi um incentivo se quer para poder tocar apenas na igreja. Não toquei no
mundo porque realmente não tive interesse. Mas ninguém me incentivava apenas a
tocar na igreja.
Não me incentivavam e nem proporcionavam a estrutura necessária
para alguém querer tocar esse tipo de ministério.
Por vezes eu fui confrontado por irmãos que se achavam no
direito de reclamar de algo que não estivesse de acordo com seu paladar
musical... que não correspondesse ao seu gosto de estilos musicais.
Muitas vezes fui cobrado a entregar uma excelência que a
aparelhagem do local não podia oferecer e em muitos casos coloquei do meu
próprio bolso aparelhagem para utilizar em muitas igrejas.
Microfone por exemplo sempre tive o meu pessoal, instrumento
sempre foi mantido 100% por mim, até mesmo aparelhagem incluindo mesa,
potencias e PAS de uso pessoal coloquei a disposição de inúmeras igrejas.
E digo foram poucas as que tiveram preocupação em oferecer o
mínimo de assistência para os seus músicos...
Deixando de lado a estrutura vamos falar desse lance de musica
do Mundo e musica de Deus. Esse conceito é inteiramente humano, porque Deus não
classificou a musica.
É o homem quem faz mal uso das capacidades que Deus lhe
proporciona e isso é um tema profundo que podemos falar depois.
Agora vamos focar nessa questão de musica do mundo. Você já parou
para pensar o que esse termo quer dizer? Digamos que exista uma musica que
agrade só ao mundo, somente agrade a carne.
Seria um som produzido para apenas e tão somente satisfazer
a carne.
Não é possivel acrescentar a notas musicais algo além de seu
som. Um instrumento preparado para emitir
o sol da nota Sol não pode emitir um Lá por exemplo.
Ou ele emite o som ou esta desafinado. E musica é a
harmonização dessas notas de maneira que forme uma melodia.
Alguns dizem que se pode fazer musica para causar
sentimentos, não encaro assim, o que nos leva a sentimentalizar a melodia que
ouvimos é o contexto que estamos inseridos.
Por exemplo: se você estiver em um lugar que lhe cause medo
e uma musica normalmente com acordes menores pode contribuir para que esse medo
aumente.
Quem aqui não conhece a famosa musica do tubarão? Basta
ouvir aquele “Tam, Tam Tantan” que a imagem que vem a sua mente é a de um
tubarão.
Isso por causa do filme tubarão se não fosse isso você nunca
associaria essa melodia ao animal.
O nosso contexto é o que determina o que a musica faz
conosco.
Quando você esta bem não vai se expor a um ambiente que a
musica diz algo que não condiz com seus princípios por exemplo.
É você quem deve escolher o tipo de musica que ouve ao invés
de ficar cobrando que fulano ou sicrano deveria estar ali ou aqui.
Temos essa tendência de transferir para os outros o que nós deveríamos
estar atentos a decidir.
Lembre-se disso não é a musica que é ou não do mundo, é você
que vive para o mundo ou não.